Aconteceu menos do que todos queriam. Aconteceu mais do que todos esperavam. Amy Winehouse fez dois shows no Rio de Janeiro nesta segunda e terça e dividiu fãs e crítica. A inglesa de Southgate, bairro de Londres, sensação da música na última década e muitas vezes mais lembrada por sua personalidade 'junkie' do que por suas ótimas canções, fez um show curto, frio e sem novidades. Mas, mostrou porque ainda é considerada uma diva. Sua voz continua potente quando exigida e seu carisma atropela até mesmo alguns detalhes como timidez exagerada e letras esquecidas.
Houve porém, um grande show nesses dois dias. Antes de Amy subir ao palco, o Rio de Janeiro também pode conhecer ao vivo a mais nova sensação do R&B norte-americano: a pequenina Janelle Monáe. Descoberta quando cantava em Atlanta pelo rapper Big Boi, uma das metades do duo OutKast e convidada por ele para participar de duas faixas do disco "Idlewild", de 2006, Janelle Monáe abriu o show de Winehouse e ainda deu uma aula de dança e de modernidade.
Bem menos controversa do que a atração principal, ela já é apontada como uma das revelações dos novos tempos, com apenas dois albuns, o EP "Metropolis: Suites I" (2007) e "The ArchAndroid" (2010), esse vagamente inspirado no clássico do cinema mudo "Metrópolis", de Fritz Lang. Fã de ficção científica e James Brown, Monáe consegue unir os dois em suas músicas, misturando a batida frenética do R&B de Brown com sons eletrônicos. Performática como seu mentor, Monáe parece crescer no palco estando muito bem assessorada de sua incrível banda composta por dupla de metais, piano, bateria, baixo, guitarra, segunda vozes e dançarinos. Mesmo com o show principal marcado para 22h, Monáe já contava com mais de metade da platéia em seu show, que começou pontualmente às 20h30. Sua apresentação durou 1 hora e a cantora apresentou 12 músicas, entre elas "Smile" de Charlie Chaplin, mas levantou a platéia com seus sucessos, "Faster", "Locked Inside", "Cold War", "Tightrope" e "Come Alive". Essa última fez o público ficar mais eufórico do que quaisquer canções de Amy Winehouse durante todo o show. Foi ovacionada e provou ao vivo porque é tão celebrada em seu país natal. Conseguiu conquistar no ato até quem nunca havia ouvido falar dela.
Chega então a vez da grande atração da noite. Com atrasos para os inícios nos dois dias, a banda de Amy Winehouse entrava no palco do HSBC Arena. Os integrantes vestidos como os célebres malandros da boemia da Lapa dava o tom da noite. A grande diva chega em seguida. Vestida em um curtíssimo e decotado vestido de estampa de tigre no 1º dia e meio florida no 2º, Amy entrou no palco recebida por muitas palmas, enquanto um enorme pano desenrolava atrás da cantora revelando uma bandeira do Brasil estilizada onde também se via escrito "Amy Winehouse".
Aparentemente, o público já estava ganho no seu primeiro sorriso. Mas, foi só. De um dia para o outro o que mudou foi uns goles de cerveja em um, umas palavras em português em outro. Sua timidez chega a ser meio exagerada. Sua presença de palco é quase nula. Se limita a arriscar uns pequenos rebolados e uns goles numa xícara com chá de gengibre. Sem falar que anda de um lado para outro quase caindo. Conversa toda hora com o baixista Dale Davis e com o vocalista Zalon Thompson. Esquece as letras diversas vezes e parece cantarolar no que nós chamaríamos de 'embromation'. Porém, basta um sorriso ou uma gargalhada (como quando esqueceu a letra de 'Some Unholy War') que todo mundo acha maravilhoso.
Mas, falemos do quesito música. Sua potente banda, que a acompanha desde seu segundo álbum ('Back To Black' de 2006) é formada por Hawi Gondwe (guitarra), Dale Davis (baixista), Troy Miller (bateria), Sam Beste (teclados), Henry Collins (trompete), Frank Walden (sax barítono), Jim Hunt (saxofone), Heshima Thompson e Zalon Thompson (backing vocals). Amy Winehouse começou o show com 'Just Friends', 'Back to Black' e 'Tears Dry On Their Own'. Com isso, o público já estava domado. Se ela fosse embora naquela hora, todo mundo ia ficar feliz e satisfeito. Mas, veio mais com o cover de Tony Bennett, 'Boulevard Of Broken Dreams', 'Outside Looking In', 'Lovers Never Say Goodbye', 'I Heard Love is Blind' e 'Some Unholy War'. Logo depois, o vocalista Zalon Thompson canta duas músicas, 'Everybody here Wants You' e 'What a Man To Do'. Vem a apresentação da banda e os hits 'Rehab', 'You Know I'm no Good' e 'Valerie', seu cover de maior sucesso, lançado pela banda The Zutons, de Liverpool e eternizada na voz de Amy... Pronto! Abriu até uma garrafa de cerveja...que mané reabilitação o quê...o negócio é encher a cara e quebrar tudo...agora vai...ih, ué, acabou? Ah, tá...voltaram. 'Love is a losing game', 'Me & Mrs. Jones' e Amy diz "Thank You, Goodbye and Good Night" e deixa a banda tocando 'You're wondering now'. E é isso. Fim de show.
Desnecessário dizer que alguns reclamaram do show curto e das músicas esquecidas, principalmente pelo alto custo dos ingressos (o mais baratos giravam em torno de R$ 250,00) mas após alguns anos lendo e ouvindo sobre sua vida conturbada, seus escândalos e toda a áurea de confusão que a envolve, não há como exigir um show diferente da cantora que já é um ícone, mesmo com apenas dois albuns e 27 anos. E venhamos e convenhamos: Em uma época de pouca criatividade, cantoras como Janelle Monáe (incrível com sua energia) e Amy Winehouse (desde já um clássico com sua voz inconfundível e seu estilo) são muito mais do que bem-vindas. São necessárias.
Bem menos controversa do que a atração principal, ela já é apontada como uma das revelações dos novos tempos, com apenas dois albuns, o EP "Metropolis: Suites I" (2007) e "The ArchAndroid" (2010), esse vagamente inspirado no clássico do cinema mudo "Metrópolis", de Fritz Lang. Fã de ficção científica e James Brown, Monáe consegue unir os dois em suas músicas, misturando a batida frenética do R&B de Brown com sons eletrônicos. Performática como seu mentor, Monáe parece crescer no palco estando muito bem assessorada de sua incrível banda composta por dupla de metais, piano, bateria, baixo, guitarra, segunda vozes e dançarinos. Mesmo com o show principal marcado para 22h, Monáe já contava com mais de metade da platéia em seu show, que começou pontualmente às 20h30. Sua apresentação durou 1 hora e a cantora apresentou 12 músicas, entre elas "Smile" de Charlie Chaplin, mas levantou a platéia com seus sucessos, "Faster", "Locked Inside", "Cold War", "Tightrope" e "Come Alive". Essa última fez o público ficar mais eufórico do que quaisquer canções de Amy Winehouse durante todo o show. Foi ovacionada e provou ao vivo porque é tão celebrada em seu país natal. Conseguiu conquistar no ato até quem nunca havia ouvido falar dela.
Chega então a vez da grande atração da noite. Com atrasos para os inícios nos dois dias, a banda de Amy Winehouse entrava no palco do HSBC Arena. Os integrantes vestidos como os célebres malandros da boemia da Lapa dava o tom da noite. A grande diva chega em seguida. Vestida em um curtíssimo e decotado vestido de estampa de tigre no 1º dia e meio florida no 2º, Amy entrou no palco recebida por muitas palmas, enquanto um enorme pano desenrolava atrás da cantora revelando uma bandeira do Brasil estilizada onde também se via escrito "Amy Winehouse".
Aparentemente, o público já estava ganho no seu primeiro sorriso. Mas, foi só. De um dia para o outro o que mudou foi uns goles de cerveja em um, umas palavras em português em outro. Sua timidez chega a ser meio exagerada. Sua presença de palco é quase nula. Se limita a arriscar uns pequenos rebolados e uns goles numa xícara com chá de gengibre. Sem falar que anda de um lado para outro quase caindo. Conversa toda hora com o baixista Dale Davis e com o vocalista Zalon Thompson. Esquece as letras diversas vezes e parece cantarolar no que nós chamaríamos de 'embromation'. Porém, basta um sorriso ou uma gargalhada (como quando esqueceu a letra de 'Some Unholy War') que todo mundo acha maravilhoso.
Mas, falemos do quesito música. Sua potente banda, que a acompanha desde seu segundo álbum ('Back To Black' de 2006) é formada por Hawi Gondwe (guitarra), Dale Davis (baixista), Troy Miller (bateria), Sam Beste (teclados), Henry Collins (trompete), Frank Walden (sax barítono), Jim Hunt (saxofone), Heshima Thompson e Zalon Thompson (backing vocals). Amy Winehouse começou o show com 'Just Friends', 'Back to Black' e 'Tears Dry On Their Own'. Com isso, o público já estava domado. Se ela fosse embora naquela hora, todo mundo ia ficar feliz e satisfeito. Mas, veio mais com o cover de Tony Bennett, 'Boulevard Of Broken Dreams', 'Outside Looking In', 'Lovers Never Say Goodbye', 'I Heard Love is Blind' e 'Some Unholy War'. Logo depois, o vocalista Zalon Thompson canta duas músicas, 'Everybody here Wants You' e 'What a Man To Do'. Vem a apresentação da banda e os hits 'Rehab', 'You Know I'm no Good' e 'Valerie', seu cover de maior sucesso, lançado pela banda The Zutons, de Liverpool e eternizada na voz de Amy... Pronto! Abriu até uma garrafa de cerveja...que mané reabilitação o quê...o negócio é encher a cara e quebrar tudo...agora vai...ih, ué, acabou? Ah, tá...voltaram. 'Love is a losing game', 'Me & Mrs. Jones' e Amy diz "Thank You, Goodbye and Good Night" e deixa a banda tocando 'You're wondering now'. E é isso. Fim de show.
Desnecessário dizer que alguns reclamaram do show curto e das músicas esquecidas, principalmente pelo alto custo dos ingressos (o mais baratos giravam em torno de R$ 250,00) mas após alguns anos lendo e ouvindo sobre sua vida conturbada, seus escândalos e toda a áurea de confusão que a envolve, não há como exigir um show diferente da cantora que já é um ícone, mesmo com apenas dois albuns e 27 anos. E venhamos e convenhamos: Em uma época de pouca criatividade, cantoras como Janelle Monáe (incrível com sua energia) e Amy Winehouse (desde já um clássico com sua voz inconfundível e seu estilo) são muito mais do que bem-vindas. São necessárias.
SET LIST JANELLE MONÁE:
1. Suite II Overture
2. Dance or Die
3. Faster
4. Locked Inside
5. Smile
6. Sincerely, Jane
7. Wondaland
8. Mushrooms & Roses
9. Oh, Maker
10. Cold War
11. Tightrope
12. Come Alive (War of the Roses)
SET LIST AMY WINEHOUSE:
1. Just Friends
2. Back to Black
3. Tears Dry On Their Own
4. Boulevard of Broken Dreams
5. Outside Looking In
6. Lovers Never Say Goodbye
7. I Heard Love is Blind
8. Some Unholy War
9. Everybody here Wants You (Zalon Thompson)
10. What a Man To Do (Zalon Thompson)
11. Rehab
12. You Know I'm No Good
13. Valerie
14. Love is a Losing Game
15. Me & Mr Jones
2 opinaram:
Adorei o texto!
Apesar de eu não ser fã de Amy Winehouse, imagino que deve ter sido um ótimo show. Cá pra nós: seu eu fosse fã ficaria com raiva do show ter durado só 1 hora... (ainda mais pelo $).
Fala ai onde vc levou ela pra beber na Lapa? Rs
Beijos
Amy.Winehouse
Escândalos e polêmicas à parte, estadia marcante e apresentação singular no Brasil.
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