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domingo, 30 de maio de 2010

Show do Aerosmith

Aerosmith e a vitória da democracia: Em show marcado pela divisão de gerações, a banda faz um som justo e abrangente para ambos os públicos

A prévia:

8h da manhã, estádio Parque Antártica, em São Paulo: A fila, que já estava num estágio avançado, aumentava pouco a pouco. Junto com a ansiedade e a preocupação de pegar um bom lugar durante o show. Com uma sacola cheia de capas de chuva, um senhor aparentando seus 50 anos enuncia: “Vocês vão todos se f*der!”, e continua: “Eu ouvi na rádio que vai chover 50mm hoje. É bom vocês comprarem a capa de chuva agora. Custa só 5 reais”, afirmou. Bom, a estratégia de marketing realmente funcionou. Varias pessoas, além de mim, compraram as capas que, no final das contas, serviram apenas como mais um item a ser verificado no momento da revista. Como sempre acontece em shows, vários subgrupos foram criados e verdadeiros banquetes de biscoito e sucos surgiram na fila. Alguns estavam na espera sem ingresso e esperavam arrecadar fundos enquanto esperavam pelo início do show. Bom, a fila foi interessante (serviria até como objeto de pesquisa antropológica, mas isso não vem ao caso), vamos ao show.

Antes da entrada das bandas, a organização colocou algumas músicas para esquentar o público, mas uma questão surgiu na mente de quem ouvia os hits selecionados: O que bandas como Goldfrapp, MGMT e One Republic tem a ver com um show de Hard Rock? Apesar de boas, as músicas não foram a melhor entrada para a apresentação. Era nítido que a organização focava no público mais novo, já que as músicas selecionadas não tinham mais de dois anos de lançamento e faziam parte do cenário pop atual. Quando na verdade, grande parte do público esperava um aquecimento com clássicos do rock como AC\DC e Black Sabbath. Numa seleção de, pelo menos 30 músicas, o único som que agradou o público durante a espera foi Black Dog do Led Zeppelin. Antes e depois disso o que se viu foi uma seqüência de músicas farofa (Paramore, Linkin’ Park, SimplePlan, entre outros).

Às 19h40, a banda Cachorro Grande subiu ao palco com a difícil tarefa de esquentar um público já cansado pela longa espera durante o dia e (porque não dizer) do playlist escolhido pelo DJ. Mesmo com uma apresentação enérgica e competente, a banda gaúcha não conseguiu mais do que olhares atentos de um público que aguardava ansiosamente o show principal. Destaque para a excelente performance do guitarrista da banda.


“O” Show:

O Aerosmith subiu ao palco às 21h35. Por trás de uma grande cortina, Joey Kramer, baterista da banda, entoava o ritmo da enérgica Eat the rich, faixa do CD Get a Grip de 1993. Com a entrada dos riffs e do vocal potente de Steven Tyler o que se viu foi uma banda coesa e competente.

Bem distante do que havia sido publicado nos últimos meses, o Aerosmith estava centrado e, principalmente, democrático (em todos os sentidos). O setlist da banda contemplava hits da MTV como Crazy, Livin’ on the edge e Cryin’ e verdadeiros clássicos como Black Sadle, Dream on, Toys in the attic e Lord of the things. Destaque para a sensacional Kings and Queens, épico do disco Draw the line de 1977. Além disso, a banda ainda abriu espaço para músicas do trabalho mais recente, Honkin’ On Bobo, clássicos do blues como Baby please don’t go e Stop Missing around ganharam versões poderosas ao vivo. Sempre carismático, Steven Tyler dançava, rebolava e dava seus agudos inconfundíveis. Por sinal, a grande empatia do main lider da banda com o público garantiu um dos melhores momentos no show, a versão de What it takes, que foi iniciada pelo público, seguiu sendo cantada a capela por Steven Tyler e foi finalizada em conjunto com a banda.



Diferente do que aconteceu no show de 2007, em que toda apresentação era concentrada na dupla Steven Tyler / Joe Perry , o que se viu foi um show com destaque para todos da banda, exceto Brad Whitford, guitarrista, que normalmente prefere ficar distante dos holofotes.

Em duas horas de show, os fãs tiveram tudo o que esperavam (e ainda mais), riffs poderosos, baladas açucaradas, músicas sacanas. A única insatisfação do público foi pelo fato da banda não ter tocado “I don’t wanna miss a thing”. Hit da década de 90, trilha sonora do filme Amargedon (o que me deixou muito feliz, é verdade – mas não preciso mencionar). Ao fim da apresentação, ouvia-se algumas vozes cantando o refrão da balada, mas sem sucesso. Sorte dos fãs antigos que saíram de uma apresentação que buscou agradar tanto o público dos bad boys de Boston quanto a geração Guitar Hero.

Veja abaixo o set list do show:

"Eat the rich"
"Back in the saddle"
"Love in an elevator"
"Falling in love (is hard on the knees)"
"Pink"
"Dream on"
"Livin' on the edge"
"Jaded"
"Kings and queens"
"Crazy"
"Cryin'"
"Lord of the thighs"
"Stop messin' around"
"What it takes"
"Sweet emotion"
"Baby, please don't go"
"Draw the line"

Bis
"Walk this way"
"Toys in the attic"

1 opinaram:

Poxa deve ter sido um show muito bom! Tyler anima até funeral se deixar. Ele é muito divertido e carismátco. Ontem eu estava assistindo TV e falaram que a banda iria tocar Jaded (realmente aconteceu) e Angel (eu só pensei que droga em 2007 não tocaram...). Se eu tivesse nesse show eu ia sair reclamando da ausência de "Hole in my soul" , "Amazing" e "Angel"

Agora só por "Walk This Way" , "Dream on", "Baby please don't go", "Toys in the attic", "Love in a elevator", "Jaded" e "Pink" pra mim o show já teria válido!

Ainda bem que não tocaram aquela música "I don't wanna miss a thing" bateu tanto na época do filme que até hoje não superei o enjôo

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