Bezerra de Menezes: O Diário de um espírito (++)

Quem espera conhecer a fundo quem foi Bezerra de Menezes e como ele se tornou um espírita admirado vai se decepcionar com “Bezerra de Menezes: O Diário de um espírito”. O filme de aproximadamente 75 minutos não dá ênfase a trajetória de vida do personagem-título vivido por Carlos Vereza, mas apenas a alguns pensamentos defendidos por ele. A história que se passou no século XIX é contada através de um diário que utiliza linguagem prolixa (típica da época), o que torna o filme por vezes sacal, dando a sensação de que há muito mais leituras do que ação. O roteiro parece ter sido feito apenas para os estudiosos e praticantes de espiritismo. Apesar de mostrar algumas dificuldades e preconceitos vividos pelos espíritas, certas cenas podem ser até mal interpretadas pelo público em geral.

Com muitos figurantes, alguns coadjuvantes, quem gostou de Carlos Vereza interpretando o senador caxias em “O Rei do Gado” vai gostar também de sua atuação nesse filme. A única cena realmente emocionante foi quando o médico Bezerra de Menezes tem uma atitude cristã dando seu anel de formatura a mãe de uma criança que não tinha condições financeiras de comprar medicamentos. O filme priorizou o estudo da doutrina espírita o tempo todo. Enquanto as falas são de extrema profundidade (somente elas dão emoção ao filme), a vida de Bezerra de Menezes em si é mostrada com cenas extremamente corridas dando um ar de superficialidade.

CORRA, SE PUDER: Caso não seja espírita, não tem motivos para assistir esse filme, a menos que queira conhecer um bom exemplo de cristão cardecista.

SENTE E RELAXE: Filme com profundidade em ensinamentos sobre a Doutrina Espírita. Filme mostra bons exemplos de Bezerra de Menezes como médico, político e cristão cardecista.

FICHA TÉCNICA:

Título Original: Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito.
Origem: Brasil, 2007.
Direção: Glauber Filho e Joe Pimentel.
Roteiro: Andréa Bardawill, baseado em pesquisa de Luciano Klein.

Elenco: Carlos Vereza, Ana Rosa, Lúcio Mauro, Caio Blat, Paulo Goulart Filho