Blah Cultural

Série "Intercâmbio Cultural" - 3º Episódio

Nossa correspondente Marina fala sobre chegadas e partidas

Leia mais

Baú do Blah

"Cherry Bomb" do The Runaways, grupo de rock formado exclusivamente por mulheres de atitude nos anos 70, é o desenterro da semana

Leia mais

Fan Film da semana

O vídeo da vez homenageia Super Mario Bros, eleito o melhor jogo de todos os tempos

Leia mais

Novos Artistas

Com composições próprias, em inglês, a banda Austin é o destaque da vez

Leia mais

Música e Cinema

Entrevista com João Estrella: Saiba mais sobre o músico que teve sua vida retratada no filme "Meu nome não é Johnny"

Leia mais

Família do Blah

Busca

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1

É o começo do fim. Quem é fã da série Harry Potter sabe muito bem que este é o último livro. Com o lançamento do filme, é óbvio que isto também vai acontecer com a carreira do bruxo no cinema. O lado bom é que esta é apenas a primeira parte.

A decisão de dividir o filme em duas partes - embora seja claramente uma forma de ganhar mais dinheiro com a série - é muito acertada. Harry Potter e as relíquias da morte é um livro que claramente tem esta divisão: a procura pelas tais relíquias e a batalha final. E basicamente é assim que o diretor David Yates faz. Por isso, o filme é bastante parecido com o livro.

Harry Potter e as relíquias da morte mostra a saga do bruxo na busca pelas horcruxes, objetos mágicos que contem pedaços da alma de seu inimigo mortal, lorde Voldemort (Ralph Fiennes). Enquanto isso, o mundo da magia está sendo dominado pelos comensais da morte. Harry, Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) correm contra o tempo, sob ameaça de morte, para salvar o mundo.



São muitas as cenas de ação e todas elas bastante intensas. Você passa grande parte do tempo tenso na poltrona do cinema. Nestes momentos a gente acaba se perguntando se o filme realmente continua sendo para crianças. A resposta é: claro que não. Assim como os livros. No entanto, essas cenas de ação apresentam um problema. As imagens são muito rápidas. Tão rápidas que fica difícil até entender o que está acontecendo em alguns momentos. Nem a geração acostumada com o estilo de filmagem "câmera na mão no meio da correria" consegue acompanhar.

Harry é o protagonista do livro, mas no filme, ele divide a importância com um outro personagem: Hermione Granger. Desde sua primeira aparição, a menina brilha na tela. Todas as cenas importantes, todos os feitiços e planos dos amigos tem o dedo dela. Hermione é, inclusive, o elo emocional entre Harry e todos no filme. Isto é muito legal, pois Emma Watson pode mostrar a que veio.

Harry Potter e as relíquias da morte é um dos melhores filmes da série. Mas ao mesmo tempo que os fãs saem felizes do cinema, também há algo de triste nisso tudo. Afinal, a partir de julho do ano que vem não teremos mais novos filmes do bruxo na tela grande. Nem nas livrarias (pelo menos foi o que a autora, J.K. Rowling, prometeu e tem cumprido até agora). Mas o mérito da série nunca será esquecido: livros de mais de 500 páginas que fizeram crianças largar a internet e o videogame para adquirir o antigo hábito de ler.

Para deixar aquele sabor de quero mais, segue o trailer completo das duas últimas partes. Ele apresenta mais cenas da segunda do que da primeira.



BEM NA FITA:

- Busca pelas horcruxes;
- Feitiços o tempo todo;
- Tensão e ação;
- Briga entre Harry e Rony;
- Hermione Granger.

QUEIMOU O FILME:

- Edição de imagens muito rápidas.

FICHA TÉCNICA:

NOME: Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows - Part one).

ELENCO: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Bonnie Wright, Helena Bonhan Carter, Alan Rickman.

DIREÇÃO: David Yates.

ROTEIRO: Steve Kloves e J.K. Rowling (livro).

terça-feira, 23 de novembro de 2010

2019 - O Ano da Extinção (+++++)

Você deve estar se perguntando: Que isso? Outra previsão? Mas não era 2012? Não, não! Nada disso. "2019 - O Ano da Extinção" não tem nada a ver com isso. Trata-se de uma história que é mais ou menos assim: Em 2009, um vírus se espalhou pelo planeta transformando as pessoas contaminadas em vampiros (Uau!). Só que a narrativa se passa em 2019, portanto, 10 anos após a proliferação da praga. Como quase todo mundo se transforma em 'Nosferatu', a raça humana, praticamente, inexiste. Os que sobraram, tentam se proteger, e os que não foram mortos, são caçados e aprisionados numa espécie de fonte de alimento. Só que como restam poucos, a 'raçãozinha' dos vampiros está acabando. Toda a esperança deles está em Edward Dalton (Ethan Hawke), o cientista/hematologista que busca um substituto para o sangue. Só que a raça humana também apela pra ele, já que Edward é um vampiro 'bonzinho', digamos assim. Ele não bebe sangue humano (o que o deteriorá futuramente, caso essa prática se mantenha). Pior que é tudo muito bem explicadinho e não tem pergunta sem resposta.

Quando Edward ajuda um grupo de humanos a fugir de criaturas sedentas por sangue é que começa, de verdade, o grande barato dessa produção. É quando entra em cena, nada mais, nada menos do que William Dafoe, o cara. Ele é um ex-vampiro (cumé que é?) que encontrou a cura para a transformação em humano novamente. Alguns dos melhores momentos do filme são com a fantástica participação desse ator de primeira, mas não tão reconhecido pela grande massa de iletrados. Dafoe (o cara) pronuncia frases estupendas como (e essa vai pro Cadu!!!): "este lugar é tão seguro quanto transar com uma prostituta de 5 dólares", ou "quando o sol bateu em mim, foi como se um relâmpago perfurasse o meu coração", ou ainda, quando perguntado quem é ele, o malandro se sai com a resposta "eu sou o cara com as bestas!". Impagável! Impecável! William Dafoe é a cara dessa obra-prima.

Mas a verdade é que "2019..." não se resume a apenas um astro. Sam Neill também aparece muito bem como o chefão dos vampiros e pai impiedoso (assista e vai entender o porquê). E, além do mais, apesar de ser um longa com todo o jeitão B, ele conta com belas maquiagens e efeitos especiais. Nem de longe é mal-feito.

Com uma história onde sangue é bebido em taças e vendido em lanchonetes como refrigerante ou processados em garrafas encontradas como se fosse vinho em supermercados, e onde humanos são esperados numa estação de trem para desembarcarem e serem atacados por vampiros como se fossem gado, vocês não podem perder esse clássico lançado apenas em locadora (uma pena). Crepúsculo? Eca! Michael Spierig e Peter Spierig mostram como se faz um verdadeiro filmaço do dentuços.

BEM DEMAIS NA FITA:

- William Dafoe, o cara
- Frases estupendas como "este lugar é tão seguro quanto transar com uma prostituta de 5 dólares"
- Ethan Hawke vai bem
- Sam Neill também vai bem
- Efeitos especiais e maquiagens de primeira
- História? Fabulosa!
- William Dafoe, o cara (de novo?)

QUEIMOU O FILME:

- Não ser lançado no cinema?
- Só tem uma cópia na sua locadora?
- Ainda não estamos em 2019???

FICHA TÉCNICA:

NOME: 2019 - O Ano da Extinção (Daybreakers).

ELENCO: Willem Dafoe, Isabel Lucas, Ethan Hawke, Sam Neill, Claudia Karvan, Jay Laga’aia, Vince Colosimo, Christopher Kirby, Emma Randall, Michelle Atkinson, Michael Dorman, Mungo McKay, Robyn Moore.

DIREÇÃO: Michael Spierig e Peter Spierig.

ROTEIRO: Michael Spierig e Peter Spierig.


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Muita Calma Nessa Hora (+++)

O elenco prometia: A reunião de diversos comediantes de primeira, sejam eles antigos ou contemporâneos, de uma só vez na telona, realmente gerava uma grande expectativa. Pois é. Gerava.

Nem Bruno Mazzeo, nem Leandro Hassum. Nem Sérgio Mallandro, muito menos Marcos Mion (tá, eu falei 'de primeira' anteriormente no texto... mas esquece essa parte), conseguem cumprir a malfadada promessa em "Muita Calma Nessa Hora". Principalmente porque a produção é toda voltada para a história das três amigas Tita, Mari e Aninha (Andréia Horta, Gianni Albertoni e Fernanda Souza, respectivamente). Ou seja, meu(minha) amigo(a), o(s) motivo(s) da sua ida ao cinema é(são) jogado(s) para segundo plano.

Pois bem, a comédia começa com entornos melodramáticos: Mari é uma mulher decidida, bonita, independente e constantemente assediada por seu chefe. Aninha já é o contrário. Completamente indecisa e insegura. Por fim, a Tita: uma garota certinha e fofa (como o mesmo longa define) que flagra um adultério de seu noivo. Transtornada, com uma mansão alugada em Búzios para a lua-de-mel, resolve viajar com suas companheiras para afogar as mágoas (leia-se cair na esbórnia). E aquele menina delicada e correta se transforma numa gata selvagem que 'cai matando' em cima dos homens. No meio do caminho (no meio mesmo, no decorrer da estrada), elas encontram Estrella (Débora Lamm), que procura por seu pai desaparecido (ou ausente, entenda como queira).

E é aí que entra o melhor do filme de Felipe Joffily: Nelson Freitas. Para quem não conhece, Nelson é aquele cara do Zorra Total, que, entre seus quadros mais famosos, está o que ele fazia o papel de um corno, que sempre acreditava nas desculpas absurdas de sua esposa interpretada por Maria Clara Gueiros. Outra escalação acertada do diretor. Os dois, incluindo os malucos do Hermes e Renato, Marcelo Adnet e os 'Lúcios Mauros' (pai e filho) sintetizam exatamente o que deveria ser o real intuito dessa uma hora e meia de cinema: A COMÉDIA.

Mas, para meu desapontamento, Joffily pende para o clichê: o final chega a lembrar as produções nacionais estúpidas de Xuxa, Angélica e Didi. Tudo muito bem ajeitadinho. Tudo muito bem.... previsível. Uma pena. Um verdadeiro desperdício. A chance de fazer algo diferente jogada fora.

Mas ó! Um viva a Nelson Freitas, que nos faz rir, mas também nos emociona. Se há algo que valha o ingresso, sem dúvida, é ele.

BEM NA FITA:

- Nelson Freitas;
- Maria Clara Gueiros;
- Hermes e Renato;
- A linda Andréia Horta;
- Lúcio Mauro;
- Lúcio Mauro Filho;
- Marcelo Adnet.

FILME QUEIMADO:

- Gianni Albertoni e Fernanda Souza (bonitas, mas sem graça...);
- Clichês atrás de clichês,
- É comédia romântica? Nem me avisaram...

FICHA TÉCNICA:

NOME: Muita Calma Nessa Hora.

ELENCO: Andréia Horta (Tita); Gianni Albertoni (Mari); Fernanda Souza (Aninha); Débora Lamm (Estrella); Laurda Cardoso (Abuelita); Lúcio Mauro (Mascarenhas); Louise Cardoso (Mãe de Aninha); Marcelo Tas (Pai de Aninha); Ellen Rocche (Verônica); Bruno Mazzeo (Vítor); Maria Clara Gueiros (Rita); Marcelo Adnet (Augusto Henrique); Dudu Azevedo (Juca); Luís Miranda (Buba); Nelson Freitas (Pablo); Lúcio Mauro Filho (Playboy).

DIREÇÃO: Felipe Joffily.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Aerosmith lança CD novo em 2011

O guitarrista do Aerosmith, Brad Whitford, está confiante com a participação do vocalista Steven Tyler no programa American Idol, transmitido no Brasil pela Sony. Segundo o guitarrista, diferente do que havia sido anunciado por Joe Perry, a participação de Tyler no reality show pode ajudar nas gravações do novo álbum, o primeiro em seis anos. Atualmente o guitarrista está na estrada com a “Experience Hendrix 2010 tour”.

- Obviamente todos nós teremos que trabalhar de acordo com a escala do Steven no programa, mas ele está pronto e confiante que pode grava esse disco.

A expectativa da banda é que o novo material saia em 2011, mas vamos falar a verdade, o próximo disco corre o risco de ser um novo “Chinese Democracy”, já que a promessa do lançamento existe desde 2006. Segundo o guitarrista, o novo CD será gravado em Los Angeles, quartel general do American Idol.

O material do álbum está em produção desde 2008, com produção de Brendan O’ Brien. Após o retorno da banda, no início deste ano, Whiford havia dito que gostaria de reiniciar o processo de gravação. Afirmou ainda que vê a participação do Steven no programa como “uma coisa boa para a banda”. Após as gravações do novo CD, o Aerosmith cai na estrada com uma nova turnê. Este mês Steven Tyler lançou o single “Love Lives”, para a ficção científica Patrulha Estelar. O filme é baseado numa série de TV exibida no Brasil pela extinta TV Manchete.

Belle & Sebastian lota o Circo Voador

Depois de nove anos de ausência, os fãs do grupo escocês Belle & Sebastian mataram as saudades em um show no Circo Voador, na última sexta-feira, 12 de novembro. Tudo graças à iniciativa de um grupo de pessoas que conseguiram, através de cotas de investimento, bancar o cachê e trazer a banda novamente ao Rio de Janeiro.

Os fãs, que pularam, cantaram, gritaram e aplaudiram as duas horas de show, com certeza não se arrependeram de gastar seu rico dinheirinho com a banda. Muito pelo contrário. A apresentação foi marcante; daquelas de arrepiar até quem caiu não conhecia o repertório do grupo. A troca de energia entre público e banda foi notória.

O Belle & Sebastian estava inspiradíssimo no palco. Stuart Murdoch e Steve Jackson, os vocais do grupo, pareciam estar se divertindo muito e, ao mesmo tempo, encantados com a resposta dos fãs. O repertório teve como base o último CD do grupo, 'Write Abour Love', mas não faltaram músicas mais antigas, como ‘Like Dylan in the movies’ e ‘Get me away from here I’m dying’. Esta última encerrou o bis.

Stuart Murdoch, aliás, parecia o mais empolgado. Ele fez de tudo um pouco. Dançou e pulou com fãs no palco e correu pela platéia do Circo até chegar ao “segundo andar”, para delírio da galera que estava próxima às escadas. Um dos momentos “fofos” do show aconteceu quando Murdoch leu um pedido de casamento de um fã para sua namorada e ainda presenteou o casal com uma “aliança”.

A apresentação foi perfeita para os admiradores da banda. O Circo Voador lotado mostra o prestígio que os escoceses tem no país. Quem sabe este não foi o prenúncio para uma nova apresentação em breve?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jogos Mortais 3D - O Final


Uma das séries de terror de maior sucesso dos últimos anos chega ao fim: 'Jogos Mortais 3D - O Final'.

Bom, pelo menos é o que diz o título. Depois de estrear com o impressionante 'Jogos Mortais' em 2004, as sequências passaram a vir com pelo menos um filme por ano. A temática da coisa era sempre a mesma. Um assassino que achava que determinadas pessoas não davam o seu devido valor à vida e por isso eram testadas nos joguinhos sanguinários.

O 1º filme nem mostrava o tal cara até o final pra lá de surpreendente. Mas aí, vieram os filmes seguintes. Uns bons, outros chatos, outros toscos e todos confusos. Você entende que 'Jigsaw' era o assassino, mas na verdade, ele mesmo não matava ninguém. John, seu verdadeiro nome, tinha câncer e depois de ser traído e prejudicado por várias pessoas, entendeu que somente no confronto direto com a própria sobrevivência, o ser humano é capaz de se encontrar e valorizar sua vida.

Aí, ele morre no 3º filme e alguns de seus 'sobreviventes' seguem com o seu trabalho, incluindo sua mulher. O maneiro nesses filmes eram as mortes pra lá de bem sacadas. Era armadilha mais sinistra que a outra. Mas, mesmo pra filmes assim a história tem que ser boa senão ninguém aguenta.

'Jogos Mortais' teve 7 filmes, mas todos se amarram uns nos outros e isso faz com que mesmo que você não queira mais saber deles, a curiosidade te faz ver tudo até o fim.

Mas, como sabemos, Hollywood não tem criatividade pra mais nada e fica-se naquela pergunta batida: 'Mas agora acabou mesmo?'

Bem, se eles quiserem lucrar com isso, vai ficar difícil segurar nesse último filme. Mas, se acabar agora e do jeito que foi, fica bom e ninguém reclama de nada.

'Jogos Mortais 3D - O Final' costura as pontas soltas dos outros filmes e finaliza bem. Não há necessidade de ter um outro. Principalmente, porque o novo 'Jigsaw', o detetive Mark Hoffman, é um assassino mesmo e vira o vilão da história toda.

'Ah, mas ainda tem do que reclamar?' Sim, tem. Principalmente o fato de ser em 3D. Pagar um ingresso mais caro por uma coisa que nem fez diferença foi meio decepcionante. Foram poucas vezes que foi possível curtir a sensação do sangue virtual na telona. As armadilhas em 3D simplesmente não funcionaram.

Outra coisa foi o fim da surpresa. Por conta de tantos filmes já feitos, acabou-se a originalidade da coisa e a nossa tensão com as situações. Todo mundo já sabia como terminaria, como sair dos jogos e até quem está por trás de tudo.

Mas, também não quero ser chato. Tirando uma coisa ou outra, o filme é bem legal e vale o ingresso. Menos, em 3D. E acredito que possa ser mesmo o fim. Vai depender daquela coisa decadente chamada 'Hollywood'. Caso contrário, podem esperar 'Jogos Mortais 8, 9, 10 e contando...' Mas aí, até eu paro. Quando sair a caixa com os 35 Dvd's mais o bonequinho incluído, volto a assistir.

sábado, 13 de novembro de 2010

IV Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Caribe


Uma viagem ao Senegal, mais especificamente a Dakar, por apenas R$ 2 reais. Exatamente assim que me senti ao assistir uma das mostras do IV Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Caribe . A sessão na qual estive presente foi inteiramente dedicada a esse país. Foram dois médias produzidos no Senegal que contaram de formas totalmente diferentes a realidade daquela população.


A primeira produção foi um documentário chamado "Le Monologue de la muette" ( O monólogo da muda). O título parece engraçado à primeira vista, mas foi muito bem escolhido e digno da qualidade e profundidade do filme. O cotidiano de uma doméstica que trabalha em Dakar é mostrado no média. Suas visões de mundo, suas expectativas de vida e as humilhações pelas quais é obrigada a passar calada é o foco dessa produção. O filme retrata as desigualdades sociais e a forma desumana com que os mais abastados tratam as empregadas. O documentário é como um grito de fúria, um desabafo de quem não tem quem queira o ouvir...


"Un transport en commun" foi o segundo média exibido na sessão. O filme conta de forma leve e interessante uma viagem de Dakar a cidade vizinha de Saint Louis. No mesmo táxi, sete desconhecidos interagem contando suas histórias. Pode parecer um filme banal ou até mesmo um documentário contando assim, mas a grande sacada é que a história praticamente toda se passa dentro de um engarrafamento e as histórias e as relações entre os passageiros são sempre mostradas em forma de musical. Confesso que me surpreendeu e também dei boas risadas do início ao fim.


Além das mostras de filmes caribenhos, africanos e brasileiros, é possível também participar de seminários gratuitos no Odeon, Oi Futuro, Centro Cultural da Justiça entre outros. O evento vai até amanhã dia 14/11.


Vale a pena conferir!




segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Vampiros param a Lapa e revoltam moradores

O bairro da Lapa é um ícone da boemia e da malandragem carioca. E quem diria que ele seria palco de uma grande confusão envolvendo vampiros, moradores e adolescentes histéricas correndo pelas ruas.

Ninguém foi mordido no pescoço, obviamente. A confusão se formou em torno das filmagens brasileiras de mais um capítulo da saga "Crepúsculo". Em "Amanhecer", Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson) vem para o Brasil durante a sua lua de mel.

A equipe e os astros estão no país e já filmaram na Marina da Glória e na já citada Lapa. Enquanto a montagem do set de filmagem exigia um grande esforço dos profissionais, do lado de fora da cerca, adolescentes ansiosos esperavam para ver seus ídolos mesmo de longe. Alguns sonhavam com autógrafos e outras coisas mais. Mas a gravação aconteceu apenas à meia-noite, ironicamente, a hora ideal para os vampiros saírem às ruas. Poucos foram os privilegiados que conseguiram acompanhar. Segundo informações, as filmagens foram até às 4h da manhã.



Quem não gostou nada do que estava acontecendo foram os moradores da Lapa. A produção fechou totalmente algumas das ruas mais importantes do bairro: a Mem de Sá e a Riachuelo. Ninguém entrava ou saía. E isto, incluía os moradores.

A revolta foi tão grande que um grupo acabou colocando fogo em banheiros químicos da região. A Polícia Militar e a Guarda Municipal estavam presentes, mas não sabiam informar nada para os moradores. A indignação era total do lado de fora das filmagens. Alguns moradores informaram que teriam que mostrar comprovante de residência para passar pelo local. Ou então, dar uma volta enorme para chegar em casa. A maioria, aliás, acabou fazendo isso, pois nenhum órgão público informou com antecedência aos moradores que eles deveriam andar com comprovantes de residência.

No entanto, alguns moradores da Lapa ainda conseguiram lucrar com o que estava acontecendo. Quem vivia nos prédios em frente às filmagens conseguiu cobrar ingressos por um espacinho em suas privilegiadas janelas. O valor ia de R$20 a R$100. É a malandragem carioca vencendo a frieza dos vampiros americanos.

OBS: Fonte da Imagem: Delson Silva / Ag. News.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Casuarina na Fundição Progresso (+++++)

Num dia de céu nublado, com algumas gotas de chuva caindo durante alguns instantes, só poderia ser o prenúncio: refresca agora, porque lá dentro a coisa vai esquentar. E não deu outra. Num calor infernal dentro da Fundição Progresso, o clima ferveu com a roda de samba do Casuarina. Com um repertório pautado no ótimo disco "MTV Apresenta: Casuarina", não faltaram sucessos como 'Certidão', 'Arco-Íris', '400 anos de Favela', 'A Roda Morreu', 'Senhora Liberdade', 'Swing de Campo Grande', entre outras.

Como já havia sido anunciado, teriam dois convidados especiais: Pedro Miranda e Alceu Valença. O primeiro, ainda desconhecido do grande público, e, até por isso, de início, deu uma certa esfriada no ambiente, chegou a empolgar um pouco no decorrer de sua apresentação com canções como 'Diz que fui por aí', de Nara Leão. Já o segundo, apesar de eu não ser grande fã, confesso, é inegável a empatia dele com o público. O show realmente contagia e faz até um ardoroso fã de heavy metal pular (tô falando isso porque eu vi um fazer do meu lado... heheh). Pra fechar a noite, a supresa prometida via twitter pela banda: Elba Ramalho, que, assim como seu conterrâneo, não fez vergonha e sacudiu a platéia.

Méritos para um grupo muito coeso, com belas músicas e um vocalista extremamente competente como João Cavalcanti, que não deixa que a alcunha de ser filho do fantástico Lenine sustente a sua carreira.

De ruim, apenas a acústica da Fundição, já que o show foi realizado no andar de cima (era uma roda de samba), impedindo o entendimento de algumas palavras, às vezes.