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domingo, 17 de outubro de 2010

Comer, Rezar, Amar

Comer, rezar, amar estreou nos cinemas gerando expectativa, em partes pelo Best Seller de Elisabeth Gilbert, que inspirou o filme e a outra parte baseada na curiosidade pelo título incomum e um pouco apelativo. Como protagonista, a escolhida foi Julia Roberts que indiscutivelmente brilha nas telas com a já habitual interpretação que nos faz acreditar, em certos momentos, que ela realmente vive cada história como se fosse real, não mera arte. Um mérito bom para a história, já que o relato de Gilbert no livro é autobiográfico.

A Fotografia do filme é belíssima e nos remete ao desejo de conhecer e percorrer os mesmos passos da autora na Itália, Índia e Indonésia. Cada local recebe uma trilha sonora de acordo, o que torna o filme ainda mais envolvente. Destaque para quando ela conhece Felipe na Indonésia, onde o encontro é embalado por uma música Brasileira, já que Felipe é Gaúcho.

A história começa bastante leal aos primeiros versos do livro, no entanto, aos poucos vai se perdendo e ganhando outros passos, às vezes um tanto distintos. O filme passa bem longe da intensidade real dos sentimentos de Gilbert demonstrado no livro. O clamor, o desespero, a procura, tudo passa quase despercebido. Se no livro ela entra em conflito e debate consigo mesma questões como estabilidade econômica e pessoal, conceitos, fé e um imenso ensaio a desapego de emprego, família e amigos, o filme se concentra somente no conturbado divórcio da escritora.

Uma parte legal que beirava do engraçado ao comovente, como o momento em que ela e a amiga torcem e criam histórias de fé e confiança, na expectativa de que o marido assine o divórcio, foi cortada do filme.




Os atores são ótimos e lindos, vale destacar. Porém, para quem leu o livro sabe; Alguns são totalmente diferentes do que foi escrito por Gilbert, desde a ordem e a maneira que ela os conhece, a aparência física e a personalidade de casa um. Richard do Texas é totalmente engraçado e espirituoso no livro, mas totalmente carrancudo e inconveniente no filme. Um dos momentos mais emocionantes do livro entrou no filme, mas nem de longe deu para notar a intensidade dele, a luta daquela mulher tentando se desfazer de mágoas e conflitos, em busca da sua verdade interior, sua palavra e as coisas essenciais da vida; O momento em que ela encara a si mesma e seus maiores medos, anseios, vergonhas, erros e tenta jogar tudo isso fora dizendo a cada sentimento palavras de perdão, acolhimento e entrega. No filme, mais uma vez, isso ficou limitado somente às lembranças e despedida do ex-marido.

A relação de irmandade e fraternal de Gilbert com Ryan e Ketut, respectivamente, também não é mostrada. Há apenas uma leve insinuação, tratando-se de Ketut, no momento da despedida dela e de Ryan no momento em que ela mobiliza amigos para doarem dinheiro para que a Balinesa consiga comprar uma casa.



Uma cena acontece no livro apenas como relato de Felipe, namorado da escritora, mas foi colocada no filme como acontecimento; A relação entre ele e o filho. O rapaz aparece em cena e a emoção e carinho dos dois emocionam bastante. Eles ensaiam um “Estou com saudades” e “Eu te amo” em português que é fofo.

O livro tem 399 páginas e é óbvio que 2 horas de filme é insuficiente para detalhar tudo... Porém, fica a dica: Em casos que há tanta modificação assim na história, poderia ter uma legenda logo de início incentivando todo mundo a correr para a livraria mais próxima e adquir o livro para verificar o desenrolar sem cortes.


Melhor: Já deveria haver um stand com os exemplares a venda!
Ou então, a melhor saída: Prolongue-o, afinal é LONGA metragem mesmo, né!? Outros filmes como Titanic e Harry Porter tiveram até 3 horas de duração e no caso de Harry, os fãs repetiram a saga por sete vezes para acompanhar.

Mas, voltando ao filme... No fim, a Itália foi à única passagem hoje se pôde, de fato, conhecer um pouco os anseios de Gilbert.

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