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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

GIGANTE (+++)


Fui esses dias ao cinema sem maiores pretensões. Tirei meio que no uni-du-ni-tê qual seria o filme a assistir. Pois bem, saiu Gigante (Gigante), uma co-produção entre Argentina, Alemanha, Espanha e Uruguai (quanta gente, quanta alegria!).

Gigante conta a história de Jara (Horacio Camandule) que, como diz o nome, é bem grandinho. Ele trabalha como segurança em um supermercado e, nos fins de semana, faz um bico em uma boate da região. O rapaz se apaixona por Julia (Leonor Svarcas), uma colega de trabalho, mas sua timidez não lhe permite se aproximar dela. Então, decide seguí-la para tentar criar coragem de se declarar.

É exatamente esta "perseguição" que gera os melhores momentos da obra de Adrián Biniez ou, na verdade, os mais angustiantes. Dá uma sensação de impotência não podermos agir enquanto o moço grande mantém-se estático. Exemplo desse misto de cômico-angústia é a cena em que ela aparece na mesma boate em que ele trabalha. Jara entra em pânico e se esconde.

Os atores também chamam a atenção. Suas atuações são muito convincentes e os rostos possuem traços marcantes, o que considero bem peculiar das produções latino-americanas.

O grande problema do filme é que ele não chega a engrenar. Parece sempre andar na mesma marcha. O ritmo é em passos delimitados, não possui oscilações, e as emoções acabam ficando soturnas. É bonitinho, engraçadinho, divertidinho... é bem inho... esse é o mal.

Logo que a sessão terminou, uma senhora se dirige a mim falando: "Que filme ruim!". Eu apenas balancei com a cabeça, sem saber se discordava ou não. Acho até que ela exagerou, mas talvez o diretor tenha errado um pouco a mão mesmo. Faltou dizer se se tratava de um romance ou de um drama.

SENTE E RELAXE:

- Atuações bem convicentes.
- Momentos tragicômicos.


SE PUDER, CORRA:

- Drama ou romance?
- Não troca a marcha.


FICHA TÉCNICA:

NOME: Gigante (Gigante).

ELENCO: Horacio Camandule (Jara); Leonor Svarcas (Julia); Fernando Alonso (Julio); Diego Artucio (Omar); Ariel Caldarelli (Chefe de Jara); Fabiana Charlo (Mariela); Andrés Gallo (Fidel)..

DIREÇÃO: Adrián Biniez.

ROTEIRO: Adrián Biniez.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

UMA PROVA DE AMOR (+++++)

Com a morte do ator Patrick Swayze essa semana, volta à tona o assunto eutanásia. Não, Swayze não sofreu uma, mas o que entra em discussão é se o doente tem ou não direito sobre a própria vida. Vale à pena sofrer tanto sabendo que a luta será em vão? Quando foi diagnosticado o câncer de pâncreas, o ator anunciou que não se submeteria a tratamentos experimentais, pois sofrera uma metástase e o tempo de vida dele seria curto. Ele afirmou que queria apenas aproveitar esses poucos momentos que restavam.

Uma prova de amor, embora discretamente, refere-se ao assunto. Sara (Cameron Diaz) e Brian Fitzgerald (Jason Patric) descobrem que Kate (Sofia Vassilieva), sua filha, tem leucemia e lhe resta pouco tempo de vida. O médico sugere aos pais um procedimento ortodoxo, gerando um filho de proveta que seja um doador compatível com Kate. Disposto a tudo para salvar a filha, eles aceitam a proposta. Anna (Abigail Breslin), logo ao nascer, doa sangue de seu cordão umbilical para a irmã. Ao atingir onze anos, ela precisa doar um rim para a irmã. Cansada dos procedimentos médicos aos quais é submetida, ela decide enfrentar os pais e lutar na justiça por emancipação médica, ou seja, que tenha direito a decidir o que fazer com o próprio corpo. Para defendê-la, contrata o advogado Campbell Alexander (Alec Baldwin).

Olha, vou dizer uma coisa pra vocês: chorei muito! É um filme extremamente triste, mas belíssimo. Que delicadeza do diretor Nick Cassavetes para um assunto tão pesado. O roteiro adaptado de livro de Jodi Picoult é original e muito bem escrito. Palmas também para Cameron Diaz que está surpreendentemente brilhante. Jason Patric, Sofia Vassilieva e Evan Ellingson igualmente estupendos. E, claro, não poderia deixar de falar da fofíssima e, mais uma vez excelente, Abigail Breslin que, para quem não se lembra, foi a Olive de Pequena Miss Sunshine (como eu tenho vontade de apertar essa menina! Que fofura!).

Para mim, já é, ao menos, o melhor drama que assisti esse ano. O que reclamar do filme então? Até o final foi, de certa forma, inesperado, fugindo completamente dos clichês de hoje em dia. Mas tenho uma coisa a reclamar: borrei minha maquiagem toda...

SENTE E RELAXE:

- Roteiro muito bem escrito.
- Excelentes atuações.
- Direção extremamente delicada.
- A Abigail Breslin é muito fofa!


SE PUDER, CORRA:

- Ah, é bem triste.
- Borrei a maquiagem.


FICHA TÉCNICA:

NOME: Uma prova de amor (My Sister's Keeper).

ELENCO: Cameron Diaz (Sara Fitzgerald); Jason Patric (Brian Fitzgerald), Sofia Vassilieva (Kate Fitzgerald); Evan Ellingson (Jesse Fitzgerald); Abigail Breslin (Andromeda "Anna" Fitzgerald); Heather Wahlquist (Tia Kelly).

DIREÇÃO: Nick Cassavetes.

ROTEIRO: Jeremy Leven e Nick Cassavetes.

SE BEBER, NÃO CASE (++++)


Sabe que sempre vejo com bons olhos essas comédias pastelões. Que rio das maiores idiotices e "sem-gracices" do planeta, porque, pra mim, cinema é diversão e entenda isso como sangue e/ou gargalhadas.Então, foi com imensa alegria que recebi a notícia de que estava "escalado" para assistir Se beber, não case (The Hangover). Dirigido por Todd Phillips e escrito por John Lucas e Scott Moore, o filme foge aos bons (?!) padrões americanos. Ou seja, se você for do tipo "ai, que nojo", "que baixaria", entre outras coisas com aspas, passe longe das salas de exibição, pois você não merece esse filme.

A história não tem muito mistério: amigos se juntam para a despedida de solteiro de Doug Billings (Justin Bartha) na "inocente" Las Vegas. Lá eles alugam uma suíte e têm uma noite de grande badalação. Na manhã seguinte, os três acordam sem a menor ideia do que aconteceu, mas resolvem averiguar, visto que inúmeros acontecimentos estranhos, pra não dizer bizarros, aconteceram após o despertar da trupe. Não vou me aprofundar muito pra não perder a graça. Só adianto que tem a participação muito especial de Mike Tyson. Isso mesmo, o ex-boxeador faz uma ponta como ele próprio.

O bom elenco parece muito entrosado e garante boas risadas. Destaque para Zach Galafianakis (Alan Garner), seu cunhado louco, Ed Helms (Stu Price), um dentista que, com o perdão do trocadilho, tem um relacionamento do tipo 'se casar, beba' (sacou, sacou?) e a ótima Heather Graham (Jade) no papel de uma garota de programa.

Vale à pena assistir na telona, pois é um filme divertidíssimo. Mas não se esqueça: deixa a família em casa pra não assustar a vovó.

SENTE E RELAXE:

- Garantia de muitas risadas.
- Tem mulher pelada! Oba!
- Mike Tyson dá porrada! Uêba! \o/

SE PUDER, CORRA:

- Finalzinho previsível, né?

FICHA TÉCNICA:

NOME: Se beber, não case (The Hangover).

ELENCO: Bradley Cooper (Phil Wenneck); Ed Helms (Stu Price); Zach Galifianakis (Alan Garner); Justin Bartha (Doug Billings); Heather Graham (Jade); Sasha Barrese (Tracy Garner); Jeffrey Tambor (Sid Garner); Ken Jeong (Sr. Chow); Rachael Harris (Melissa); Mike Tyson (Mike Tyson).

DIREÇÃO: Todd Phillips.

ROTEIRO: Jon Lucas e Scott Moore.

domingo, 6 de setembro de 2009

O ESCAFANDRO E A BORBOLETA (++++)





A versão cinematográfica do livro Le scaphandre et le papillon (1997) - O escafandro e a borboleta, do jornalista francês Jean-Dominique Bauby (1952-1997) que foi escrito através do piscar das pálpebras do jornalista, apesar de contar o trágico acontecimento na vida do editor da revista Elle ao ser vitima de um derrame cerebral, síndrome do encarceramento (locked-in syndrome), que faz com que o único movimento que tenha em seu corpo seja o do olho esquerdo, passando a se comunicar usando o piscar da pálpebra enquanto quem quiser se comunicar com ele dita letras do alfabeto.


Apesar de contar uma história dramática, ela não é banalizada no filme, muito pelo contrário, o filme mantém viva a beleza de se estar vivo, mesmo quando tudo está paralisado, menos a memória e a imaginação que acabam sendo essenciais em manter viva a esperança durante todo o filme.

A beleza do filme está na borboleta que é a imaginação, ela trás muita esperança. A borboleta quando voa, traz liberdade a aquele que se encontra preso em si mesmo, faz ele voar em lembranças e pensamentos, que acabam libertando-o naqueles momentos, do escafandro. É um filme interessante para quem gosta de refletir sobre a vida.


SENTE E RELAXE:



- Esperança é a última que morre.




- Faz você refletir sobre a vida.


- Bela analogia com a borboleta e o escafandro.




SE PUDER, CORRA:



- Pode ser que seja triste demais.


- Vai que você acha chato demais também, afinal não tem tiros e nem pancadaria.




FICHA TÉCNICA:


NOME: O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon).

ELENCO: Mathieu Amalric (Jean-Dominique Bauby); Emmanuelle Seigner (Céline Desmoulins); Marie-Josée Croze (Henriette Durand); Anne Consigny (Claude); Patrick Chesnais (Dr. Lepage); Niels Arestrup (Roussin); Olatz Lopez Garmendia (Marie Lopez); Jean-Pierre Cassel (Lucien / Vendeur Lourdes); Marina Hands (Joséphine); Max Von Sydow (Papinou).

DIREÇÃO: Julian Schnabel.


ROTEIRO: Ronald Harwood.