Quando se encontram atores do quilate de Paulo Betti, Júlia Lemmertz, Deborah Evelyn e Orã Figueiredo, a probabilidade de sair algo ruim é quase a mesma que este que vos escreve ganhar na Mega-Sena. E o milagre não aconteceu em "Deus da Carnificina", que está em cartaz no Theatro Municipal de Niterói.
A peça, do início ao fim, condiz com o adjetivo espetáculo. Não se trata de um musical 'Broadwaydiano' ou algo do tipo, mas, além das encenações magníficas já citadas acima, conta com roteiro (Yasmina Reza) e direção (Emílio de Mello) fabulosos.
A história gira em torno de um tema bem contemporâneo: o bullying. Quando os casais Alan (Paulo Betti) e Anete (Julia Lemmertz), e Michel (Orã Figueiredo) e Verônica (Deborah Evelyn) se encontram para resolver um incidente entre seus filhos pequenos - um deles quebrou dois dentes do outro numa briga na praça. Nesta reunião, a polidez civilizada dos adultos dá lugar a um campo de batalha. O assunto, apesar de bem sério, é abordado de uma forma bem leve, com muito humor. É onde Orã se destaca: sem dúvida, é o personagem mais engraçado.

Outro ponto que merece ser destacado é como as duas classes podem ser parecidas, mesmo com todas as diferenças. Afinal, gostos como arte, bebida, entre outras coisas, podem - e devem - ser compartilhados entre todos, sem preconceito algum.
A peça concorreu a dois prêmios Shell (Melhor Ator - Paulo Betti - e Melhor Diretor), mas, infelizmente, não levou nenhum.
Deus da Carnificina
Teatro Municipal de Niterói
01 à 03 de abril
Sex e sáb às 21h e dom às 20h . R$ 60,00
1 opinaram:
Parece ser muito boa essa peça... Vou ver se vejo! Essas premiações não me dizem nada...
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