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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Crítica de Dois Coelhos (++++)

Matar dois coelhos com uma cajadada só! Esse é o lema de qualquer pessoa prática e estrategista e pode ser levado tanto para o bem quanto para o mal... Aí vai depender da índole da pessoa que bolou o plano. E plano para ser impecável precisa de um ótimo planejamento para nenhum detalhe ser esquecido e por tudo a perder. Assim é o longa “Dois Coelhos”. O filme começa com duas mortes e vai se desenrolando de forma inimaginável. A forma não-linear com que a narrativa é conduzida não deixa outra opção para o espectador além de se deixar levar pela história. Mesmo que o público tenha dificuldade de “entrar” no filme porque o personagem que narra a história não é lá dos mais carismáticos e interessantes, a priori, a forma com que a história é contada cria curiosidade em quem assiste. As atuações são ótimas, mas confesso que o personagem-narrador (Edgar) não me agradou muito não.




Efeitos especiais, uma dose de comédia, o atrativo assunto corrupção no Brasil são alguns dos ingredientes do filme. Adicione ótimos artistas como Alessandra Negrini e Caco Ciocle (que na verdade está mais para figurante durante a maior parte do longa) e você terá a receita de sucesso de “Dois Coelhos” que parece ter agradado bastante o público que volta meia interagia com algumas risadas.

O filme é muito bem produzido, a história é realmente boa e surpreendente. A linguagem é inovadora de fato, mas a forma de narrativa que apesar de ter sido essencial para o suspense ser mantido no filme, já não é tão original assim. Filmes com narrativa não-linear que falam de corrupção e violência tem sido a marca registrada dos grandes filmes nacionais nos últimos tempos. Basta lembrar que “Cidade de Deus” foi um marco nesse tipo de gênero e “Tropa de Elite 1 e 2” seguiram nesse caminho e terminaram com um baita sucesso como é de conhecimento de todos, mas confesso que “Dois Coelhos” não achei tão brilhante assim como esses longas que acabo de citar. Se você assistiu o hollywoodiano “Garotas Selvagens” nos anos 90 (com Neve Campbell e Matt Dillon), o primeiro filme que me lembro de ter assistido que é conduzido dessa mesma forma, não verá tanta originalidade assim em como a história é contada em “Dois Coelhos”. Além disso, o final não me convenceu. Não se preocupem, não estragarei a surpresa, mas preciso dizer o porquê da minha decepção. O filme é contado o tempo todo em primeira pessoa (como se essa pessoa estivesse contando um período que viveu e agora estivesse no futuro) e de repente do nada, nos segundos finais do filme, muda o narrador. Obviamente não é do nada, há um motivo, mas não posso revelar sem estragar a surpresa por isso não vou me aprofundar nesse detalhe que empobreceu a trama. Essa troca “repentina” faz parecer que o final não passou de uma “forçada de barra” para você se surpreender. Por esse motivo a história não me convenceu completamente. Mas, ainda assim eu recomendo assistir “Dois Coelhos”. Confesso que valeu a pena assistir essa grande produção nacional. É bem interessante e acredito que muita gente vai adorar sem se decepcionar com esse detalhezinho.

Sinopse
Edgar encontra-se numa situação natural para a maioria dos brasileiros, espremido entre a criminalidade, que age impunemente, e o poder público, corrupto e ineficiente. Cansado desta situação, ele resolve fazer justiça com as próprias mãos e elabora um plano que colocará os criminosos e corruptos em rota de colisão. Dois Coelhos é um enigmático suspense de ação como nunca visto no cinema nacional.

Ficha Técnica
Elenco: Fernando Alves Pinto, Alessandra Negrini, Caco Ciocler, Thaide, Thogun, Aldine Muller, Neco Vila Lobos, Marat Descartes
Direção: Afonso Poyart
Gênero: Ação
Duração: 108 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Classificação: 16 Anos



Bem na Fita: História surpreendente, ótimas atuações (até mesmo do personagem que não achei carismático), Efeitos especiais, doses certas de humor, traz o tema corrupção no Brasil (que muito me agrada). Narrativa não-linear que apesar de estar ficando batida nesse filme foi necessária

Queimou o filme: Troca de narrador nos segundos finais... Forçou, vai...

4 opinaram:

Eu gostei do filme. Achei bom...
E apesar dos problemas, acho que vale ser visto.
O cinema nacional merece, pela simples dificuldade de se chegar à telona...

Em todo caso, achei que perderam a mão no roteiro (a não-linearidade e a tentativa de surpreender não funcionam e, às vezes, confundem) e nos efeitos. Era só usar da velha máxima: "às vezes, menos é mais".

Muito boa a crítica. Desde que vi o trailer fiquei muito a fim de ver o filme...

Ainda não vi, mas depois da crítica me interessei mais.

Obrigada!
Tb acho que vale a pena ir ver porque é legal, mas está mais para ação do que suspense (como foi classificado). E o Rabugento tem razão é preciso prestigiar o cinema nacional. E apesar desses problemas mencionados vale a pena mesmo conferir!
Beijos a todos

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