Rock n' Roll, drogas e muita diversão. Essa foi parte da história do músico João Estrella, interpretada por Selton Mello, no filme "Meu Nome Não é Johnny". Conheça o outro lado do artista em um bate papo exclusivo para o Blah Cultural.
Blah Cultural: Oi João! Tudo bom?
João Estrella: Tudo bem e você ?
João Estrella: Tudo bem e você ?
Blah Cultural: Tudo bem! O filme "Meu Nome Não é Johnny" narra a sua vida em todos os detalhes?
João Estrella: Parte dos detalhes . O livro narra bem mais detalhes e eu posso narrar os 100% dos detalhes. (risos).
João Estrella: Atuação excelente. Atualmente não temos nos visto.
Blah Cultural: Em relação à seleção de elenco. Você chegou a ajudar, ou indicar artistas para o cast do filme?
João Estrella: Ajudei apenas a colocar alguns figurantes amigos meus.
Blah Cultural: O que te levou a entrar para o tráfico de drogas?
João Estrella: O acaso, A inconsequência, a distração e principalmente o fato de nunca ter nem imaginado e nem ter nunca passado pela minha cabeça essa possibilidade. O que me deixou vulnerável a ponto de não pensar na consequência dos meus atos.
Blah Cultural: Uma curiosidade que tive ao ver "Meu Nome Não é
Johnny". Você diz que a sua meta era torrar 1 milhão. Conseguiu? Como
foi?
João Estrella: Torrei em alguns anos provavelmente muito mais do que isso e em alguns
momentos foi divertido. Mas divertido mesmo é quando você consegue
juntar uma boa grana com seu trabalho e comprar algo que esteja
realmente querendo ou fazer a viagem dos sonhos.
Blah Culutral: No filme, tem um personagem que te acusa. Ele é psicanalista e usuário de drogas. Esse personagem realmente existiu? Não vou perguntar quem era, mas, aquela história de atender paciente sob o efeito de cocaína é verdadeira?
João Estrella: Sim, o personagem existiu e durante uma fase de sua vida antes de chegar a um ponto limite atendia pessoas doido de cocaína .
Blah Cultural: Você ajudou no set de filmagens? Como foi essa parceria?
João Estrella: Não é que tenha ajudado. Estive lá algumas vezes como convidado e curioso para ver. Estava sendo construída a minha história e quando me solicitavam por algum motivo eu participava.
Blah Cultural: João, hoje você ministra palestras, que servem de alerta para os jovens em relação ao consumo de drogas. Como foi deixar a dependência? Foi difícil?
João Estrella: Olha, eu já estava muito enjoado daquilo tudo. Quando fui preso tudo
mudou, a liberdade não existia mais e as drogas não tinham a menor
importância, assim como não tem até hoje. Difícil parar sim ,
principalmente o cigarro e o álcool , mas não é impossível e tão
doloroso assim. Tem que encarar com disposição.
Blah Cultural: Alguns políticos brasileiros são a favor da legalização da maconha, como é o caso do Fernando Gabeira (do Partido Verde - PV). Qual é a sua opinião a respeito? Diminuiria a criminalidade?
João Estrella: Acho que tem que haver coerência. Se a cachaça que é muito mais pesada é livre porque a maconha não é? Acho que o combate não é eficaz quando falamos em índices de criminalidade. Isso é mais que comprovado.
Blah Cultural: Nos anos 80, você chegou a ter uma banda chamada Prisma, ao lado do baixista Rodrigo Santos, do Barão Vermelho. Como foi esse grupo?
João Estrella: Foi muito divertido e chegou a ter uma boa legião de fãs, mas ainda faltava um bom caminho até sermos profissionais.
Blah Cultural: Você viveu no Rio, em plena geração BRock (Rock Brasil). Qual era a
sua relação com o Cazuza e com o pessoal do Barão Vermelho e Kid Abelha
?
João Estrella: Naquela época tive mais contato com o Lobão. mas todo mundo se via no baixo Leblon. Era um lugar de cultura pulsante e de madrugadas intensas.
Blah Cultural: Falando em anos 80. O que você acha do atual rock nacional? Tem alguma banda nova que se salva?
João Estrella: Continuo apostando no Capital Inicial e no Rappa.
Blah Cultural: Sobre a sua carreira musical. Como veio a idéia de se lançar como um artista solo?
Blah Cultural: Quais são as suas influências como músico?
João Estrella: Neil Young, Pink Floyd, Led Zeppelin, Caetano Veloso, Raul Seixas, Rita Lee
Blah Cultural: Em relação ao repertório do seu CD, "Meu Nome é João Estrella".
Como foi o processo de composição? Soube que tem algumas músicas que
foram compostas ainda na prisão...
João Estrella: Fiz muita coisa na prisão e muita coisa se manteve atual e outras não. Tem duas do disco que são daquela época assim como, tem duas que foram compostas finalizando o disco.
Blah Cultural: Sou um grande fã da música "Pra Onde Se Vai". Você poderia contar um pouco sobre o processo de composição dela?
João Estrella: Pra onde se vai parece outra música quando tocada apenas no violão. Eu
me apaixonei por essa música e toquei ela muita e muitas vezes até
encontrar a forma ideal. Quando fomos para o estúdio ela ainda se
transformou novamente até chegar aonde chegou.
Aí já tem o dedo da produção e dos músicos .
Aí já tem o dedo da produção e dos músicos .
Blah Cultural: Em relação às palestras. Quais são os temas abordados?
João Estrella: Os temas de partida são os de prevenção ao consumo de drogas, motivação , redução de danos e se expande para aonde o debate levar como convívio social, violência urbana, etc...
Blah Cultural: Você já encontrou algum ex-dependente químico, que deixou o vício inspirado na sua vida?
João Estrella: Faço consultorias e ajudo as pessoas. Já tive sim encontros muito positivos, principalmente alguns, que
pela internet, me agradecem um ano depois de um papo comigo, dizendo ainda estar limpos.
João Estrella: Em breve, final desse ano, provavelmente, estarei lançando um novo disco e um livro de poesias.
Blah Cultural: Você pretende escrever um livro autobiográfico?
João Estrella: O Johnny já é autobiográfico apesar de ser um romance de um jornalista e ser um sucesso, mas vi depois disso tudo que ainda tem muita história para contar. Quem sabe? (risos)
Blah Cultural: João, muito obrigado
por essa entrevista. Queria te pedir um favor Você poderia deixar um
recado para os jovens que pensam em entrar para o mundo das drogas, e
outro para todos os leitores do Blah Cultural?
João Estrella: Grande Abraço a galera do Blah e tudo de bom! Não existe mundo das drogas. O mundo é um só e a gente escolhe a melhor forma de passar por ele e a melhor forma de curtir e observar. Eu fiz as minhas pesquisas e cheguei a conclusão quê a melhor forma de se ver e aproveitar a vida é lúcido.
Confira o som de João Estrella, no Programa do Jô:
Trailer Oficial de Meu Nome Não é Johnny:
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