"Agora você vai embora e eu não sei o que fazer/ Ninguém me explicou na escola/ Ninguém vai me responder". Essa canção reflete bem as dores e delícias de uma adolescente apaixonada, descobrindo os primeiros caminhos de um desamor, seguidos de uns suspiros que declaravam que "Eu quero você como eu quero", pra disfarçar a pretensão de achar que "Longe do meu domínio, cê vai de mal a pior." Mas, se o caso de amor não deu certo, rendeu umas boas "Lágrimas e chuva".Mas como eu disse inicialmente, como as músicas viram lema, "Não vou levar a vida carregada de tristeza/ E deixar essa magia passar batida, Reluzindo na vitrine / Glitter de principiante / Gloss de beijo de amante". Ah, os amantes! Ainda bem que existem pessoas na qual podemos chamar assim - Os que são nossos cúmplices, amam no dia a dia e nos invadem de forma sagaz na intimidade do edredom. Um pedido? "Não deixe de cruzar o seu olhar com o meu!" Afinal, "amanhã é 23, são 8 dias para o fim do mês, faz tanto tempo que eu não te vejo, queria o seu beijo outra vez"... Então, "vem, amor, que a hora é essa"!
Kid Abelha, além de tudo, nos ensina a despir nossos preconceitos e assumir que "nada sei desse mar, nado sem saber (...)Sou errada, sou errante, vivo na estrada, vivo distante" E talvez, nessa de ir errando enquanto o tempo nos deixar, descobrimos que, "se a gente não tivesse feito tanta coisa, se não tivesse dito tanta coisa, se não tivesse inventado tanto, podia ter vivido um amor Grand' Hotel " Mas como não possuímos ainda a “Fórmula do amor”, e a vezes somos muitos "garotos" pra compreender nosso tempo, nem sempre nos é permitido um encontro na “Rua, Na chuva, Na fazenda” para cara a cara dizer que eu “tenho mil amigos, mas você foi o meu melhor namorado”; Ou, numa renuncia,
aceitar que a vida as vezes é feita de desencontros e pedir para que a amada deixe tudo assim,” já que tantas sonhos morrem em tantas palavras”, então, “Alice, por favor, não me escreva aquela de amor”, embora eu ainda gostaria de mostrar que eu “não me inspiro sem você, sem você eu não me inspiro”. Entende porque “Eu não desisto de você?”
“Eu quero ver você ficar no meu lugar, eu quero ser você, ficar no seu lugar. Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa, mas nada tanto assim.” E lembra que chegamos a achar que seria só mais um “Caso de verão”?
"Mas dizer não é dizer sim", e assim nos permitimos. No final das contas, a “Pintura íntima” é sempre por nossa conta e ilustramos nossos encontros e desencontros de acordo com as cores que a gente aprende a receber e a ceder. A nossa ”Educação sentimental” pode até demorar aparecer, mas surge, e quando acontece, não é mais necessário esconder a “fixação”; É só manter o “peito aberto” e sair declarando em alto e bom som “Te amo pra sempre!” Por 30 anos, por gerações, por registros, no “Meio da Rua”. Por amor, que é “Todo Meu Ouro”. E é seu.
A Banda Kid Abelha completou 30 anos de carreira. Em comemoração, fizeram dois shows no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, dia 27 e 28 de abril, para a gravação de um DVD. O primeiro, que aconteceu numa sexta-feira, foi gravação técnica, mas aberta ao público e os ingressos esgotaram rapidamente. O segundo, no sábado, o foco foi o público e o show foi exibido ao vivo no canal Multishow.
O Trio subiu ao palco com 40 minutos de atraso. Antes disso,
um vídeo-retrospectiva era exibido em um telão de led, com trechos de sucessos
que não estariam no repertório. E depois, finalmente eles surgiram ao som de “No
Seu lugar” e “Nada tanto assim”. “Caso de verão” veio em seguida e foi repetida
na parte final do show.
Para delírio do público, ainda na parte inicial eles
tocaram “Educação Sentimental II”, "Na Rua, Na chuva, Na fazenda" ( um dos
momentos de maior vibração) e "Dizer Não é Dizer Sim", com direito a discurso
contra homofobia e corrupção. George
Israel tocou o famoso solo de “Ska”, hit
dos Paralamas do Sucesso.
Depois o público puxou o coro de “No Meio
da Rua", que Bruno Fortunato acompanhou na guitarra e Paula Toller cantou
um pequeno trecho.
"Todo
Meu Ouro" deu início à parte mais acústica do set. Uma das favoritas dos
fãs, "Amanhã É 23" voltou a ser executada com seu arranjo original
(sax marcante de George Israel e brilhante solo de Bruno Fortunato), precedida
de "Em 92" e da belíssima Grand’ Hotel, com projeções do clipe
original no telão. A banda resgatou do fundo do baú "Garotos", do
álbum "Educação Sentimental" (1985), que voltou repaginada em arranjo
jazzy e com citação de Louras Geladas do
RPM. E na pausa, a plateia puxa Os Outros (outra canção do segundo disco),
prontamente acompanhada à capela por Paula.
Na parte
final do primeiro set teve as mais recentes "Nada Sei" e "Por
Que Eu Não Desisto de Você" ao lado das clássicas "Seu Espião",
"Eu Tive Um Sonho", "Alice", "Lágrimas e Chuva"
(talvez o momento de maior explosão do show), "Fixação" e "Te
Amo Pra Sempre", essas duas últimas com participação do DJ Marcelinho da
Lua.
Paula,
George e Bruno voltam ao palco para tocar "Como Eu Quero", em uma
versão muito próxima da original. E claro, que não poderia faltar "Pintura
Íntima" com direito à participação
da bateria da Mangueira. O presidente Ivo Meirelles comandou um grupo de 20
ritmistas que colocou o Citibank Hall para sambar. Até a Paula Toller
arriscou um samba no pé. Com direito à chuva de papéis picados no fim, toda a
banda se reuniu para agradecer ao público, com direito a bolo personalizado no
palco, onde Paula e George literalmente caíram de boca.
Ao
final, quando mais da metade do público apressadinho já havia deixado o local, George
Israel retornou de microfone em punho pedindo para que os que restaram ficassem para regravar “Eu Tive Um Sonho”. Quem ainda estava lá
aguardou quase 30 minutos a volta dos integrantes, mais tiveram uma nova
performance de ‘Pintura Íntima” e “Lágrimas e chuva”.
Estranhamente,
“Glitter de Principiante", nome da turnê que já esta na estrada há 1 ano, não foi tocada. O público
até tentou puxar a música e mais uma vez Paula Toller correspondeu cantando à
capela o refrão, mas não executaram a canção completa.
O Show é
gostoso, bem intimista e a voz da Paula é ainda mais maravilhosa ao vivo. No
entanto, talvez por ser gravação de DVD, eles não demonstraram muita espontaneidade
no palco. Ainda sim, valeu muito a pena fazer parte desse registro de 30 anos
da banda, que é excelente – Incluindo o baterista, que manda MUITO bem e outros
músicos que os acompanham.
A
direção do show foi de Jodele Larcher e aprodução
musical de Nilo Romero.
1 opinaram:
Adorei o Texto , vou encaminhar para o pessoal da banda. beijo
W.Fernandes
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